quinta-feira, 11 de junho de 2015

Transtornos mentais são a terceira maior causa de afastamento do trabalho

De acordo com Resende, Sousa et. al (2010) o caminhoneiro brasileiro é um profissional que percorre longas distâncias, dorme na boleia do caminhão, alimenta-se mal, não tem segurança e conforto. A consequência disso é a baixa autoestima e a sensação de marginalização vivida por esses profissionais, gerando problemas sociais ao país.
Em contrapartida, os caminhoneiros atuam de forma preponderante para o crescimento econômico do país, transportando todo tipo de mercadorias, para atender as necessidades da população. Sua jornada de trabalho é frequentemente longa, com sono de baixa qualidade e exercícios físicos insuficientes (TAYLOR; DORN, 2006). Portanto, se encontram vulneráveis às desordens psicológicas devido a essas situações particulares de estresse inerentes a profissão.
De acordo com levantamentos realizados pela previdência social de 2008 para cá, os transtornos mentais são a terceira maior causa de afastamentos de trabalho no Brasil, perdendo apenas para as doenças do sistema osteomuscular, caso da LER (Lesão por Esforço Repetitivo), e as lesões traumáticas. Dentre os transtornos, o mais comum é a depressão, seguido de ansiedade ocasionada por estresse pós-traumático (surgindo depois de acidentes graves com risco de morte).
Muitas vezes essas patologias se desenvolvem a partir do que se chama de estresse ocupacional. Tendo como exemplo cumprir metas abusivas, cobranças e riscos, e a pressão que se forma leva às alterações. O profissional caminhoneiro entra para o grupo de risco devido a prazos abusivos de entrega, violência nas estradas, a falta de segurança em postos, os assaltos e sequestros relâmpagos, sobretudo na madrugada.
        Dessa forma, se faz necessário a implementação de ações que visem contribuir para a melhoria de saúde física e emocional desses profissionais.


Fontes:

RESENDE, P. T. V.; SOUSA, R. S.; SILVA, J. V. R. Fontes de tensão e estresse nos caminhoneiros brasileiros: uma análise a partir do modelo occupational stress indicator. Simpoi 2010.


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